LGPD e Recrutamento: o que muda na prática para empresas de tecnologia

 May 14, 2025

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Introdução

Desde que entrou em vigor, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) transformou a maneira como empresas brasileiras coletam, armazenam e tratam informações pessoais. Para o setor de Recursos Humanos, especialmente nas áreas de recrutamento e seleção, o impacto foi direto e profundo.


Neste artigo, vamos mostrar como a LGPD afeta cada etapa do processo seletivo e o que empresas de tecnologia precisam ajustar para manter a conformidade sem comprometer a eficiência na atração de talentos.

  • O que é LGPD?

    A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) é uma legislação que está em vigor desde agosto de 2020. Basicamente, ela foi criada para proteger os dados das pessoas, estabelecer normas para os processos relacionados a informações pessoais e dar segurança jurídica para empresas e outras instituições.


    Em linhas gerais, essa lei define o que são dados pessoais e sensíveis e estipula a necessidade de consentimento em coletar essas informações e de ter práticas de transparência e segurança nessa dinâmica.


    Nesse sentido, a LGPD traz alguns princípios que devem ser observados pelas empresas em suas atividades que envolvem dados de pessoas físicas. Em resumo: todas as informações devem ser coletadas com uma finalidade específica, explicada de forma clara para seus titulares, e devem ser protegidas por quem as obteve, analisa e armazena. Todo o processo deve ser feito com transparência e sem usar os materiais em ações consideradas discriminatórias.


    Todos os dados de cidadãos que estejam no Brasil, sejam brasileiros ou não, devem ser tratados de acordo com a LGPD — mesmo que essas informações tenham sido coletadas ou estejam em posse de empresas estrangeiras ou que não tenham sede ou centro de dados no país.


    O descumprimento da lei implica em diferentes punições, como multa, indenização, reparação e ações judiciais mais duras. Além disso, uma situação dessas também pode acarretar em danos para a imagem e credibilidade da organização que se envolver com vazamentos e outros problemas dessa natureza.


    Sendo assim, essa regulamentação gerou impactos no trabalho de empresas, instituições e órgãos públicos, especialmente aquelas que atuam com e na internet — pois diversas estratégias desse meio coletam, organizam e usam dados dos usuários em suas atividades.


    Mesmo fora do online, todos os dados que sejam coletados devem seguir essa legislação, preservando os direitos dos cidadãos e dando segurança jurídica para as organizações.

LGPD no RH: o que ela exige na prática

A LGPD estabelece que qualquer dado pessoal — como nome, e-mail, CPF, escolaridade, pretensão salarial ou resultados de testes — deve ser tratado com base em fundamentos legais claros e de forma transparente para o titular.


No contexto de recrutamento, isso significa:

  • Informar o candidato sobre o uso dos seus dados
  • Coletar apenas informações estritamente necessárias
  • Garantir o direito à exclusão dos dados mediante solicitação
  • Ter base legal para arquivar currículos em bancos de talentos

📌 A regra de ouro é: tudo que você faz com os dados precisa ter justificativa, registro e consentimento (ou outra base legal prevista).

Um homem e uma mulher estão sentados à mesa assinando um documento.

O que muda no processo de recrutamento e seleção

1. Coleta de currículos

Ao anunciar uma vaga, a empresa deve:

  • Inserir uma política de privacidade clara no formulário de candidatura
  • Explicar para qual finalidade os dados serão usados
  • Evitar pedir dados excessivos (como número de documentos, fotos, estado civil ou redes sociais)


2. Triagem e avaliação de candidatos

Ao compartilhar currículos com lideranças ou utilizar ferramentas de triagem automatizada:

  • Certifique-se de que fornecedores estão em conformidade com a LGPD
  • Registre o que foi analisado e quem teve acesso
  • Avalie com cuidado o uso de algoritmos preditivos, para evitar discriminações indiretas


3. Armazenamento de dados

Guardar currículos "para oportunidades futuras" exige:

  • Consentimento do candidato ou base legal de interesse legítimo
  • Definir prazos para revisão e exclusão dos dados
  • Garantir que os dados estejam seguros, criptografados e com acesso restrito


4. Entrevistas e anotações

Evite registrar opiniões pessoais ou dados sensíveis (origem racial, convicção religiosa, filiação política, etc.). Eles podem configurar violação de privacidade se mal documentados.

Dicas para adequar o R&S à LGPD sem travar o processo

  • Crie uma página de aviso de privacidade com linguagem acessível
  • Adapte os sistemas de recrutamento para registrar consentimentos
  • Oriente gestores sobre como manusear os dados dos candidatos
  • Evite o compartilhamento informal de currículos por e-mail ou WhatsApp
  • Revise os termos de uso das ferramentas de R&S (ATS, entrevistas gravadas, testes online)

LGPD e Employer Branding: oportunidade disfarçada

Empresas que cuidam bem dos dados dos candidatos passam uma imagem mais profissional e têm vantagem competitiva na atração de talentos, principalmente na área de TI, onde a preocupação com segurança e privacidade é alta.

  • Torne seu compromisso com a LGPD visível nos canais de recrutamento
  • Responda solicitações de exclusão ou acesso de forma rápida e cordial
  • Treine o time para dar feedbacks com empatia e profissionalismo


👉 Leia também: Como o employer branding pode ajudar no recrutamento e seleção?

Como a Sioux pode ajudar

A Sioux já atua em conformidade com a LGPD em todos os seus processos de Recrutamento e Seleção, incluindo:

  • Sistemas adaptados para registro e gestão de consentimentos
  • Fluxos seguros de triagem e armazenamento de dados
  • Avaliações alinhadas com boas práticas de privacidade e não discriminação
  • Parcerias tecnológicas com fornecedores que seguem os mesmos padrões legais


Veja aqui como podemos ajudar na contratação de profissionais de TI.

Conclusão

A LGPD não deve ser vista como um obstáculo para o RH, mas como uma evolução nas boas práticas de relação com candidatos. Com ajustes simples, é possível proteger os dados, manter a eficiência e ainda fortalecer a reputação da empresa no mercado.

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