Setembro Amarelo: ações práticas para transformar o RH em um canal seguro de escuta

 September 9, 2025

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Introdução

O Setembro Amarelo 🎗️ é um convite para olhar com mais carinho para algo essencial: a vida.


No ambiente corporativo, esse olhar precisa se traduzir em acolhimento real. Afinal, colaboradores passam grande parte do dia no trabalho e muitas vezes é ali que sentem necessidade de apoio.


Mais do que campanhas e mensagens motivacionais, é preciso criar espaços de confiança, onde o RH e as lideranças estejam preparados para ouvir, apoiar e encaminhar quem precisa.

Por que o Setembro Amarelo importa dentro das empresas?

⚠️Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 1 em cada 4 pessoas terá algum transtorno mental ao longo da vida.

Esse dado nos lembra que todos estamos sujeitos a momentos de fragilidade, e que o ambiente de trabalho pode ser tanto um fator de pressão quanto uma rede de apoio.


No Brasil, a Pesquisa de Saúde Mental no Trabalho da MindMiners (2023) mostrou que 72% dos profissionais já tiveram sintomas de ansiedade relacionados ao trabalho.


Além disso, a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) aponta que cada US$ 1 investido em programas de saúde mental gera US$ 4 de retorno em produtividade.


Quando não há espaço para falar sobre saúde mental, surgem consequências:


  • Desmotivação.
  • Absenteísmo.
  • Rotatividade maior.
  • Pessoas que se sentem sozinhas e desamparadas.

Mas quando a empresa escolhe cuidar, o resultado é diferente: colaboradores se sentem valorizados, ouvidos e parte de um lugar onde podem confiar.

Como o RH pode ser um canal de confiança

Para transformar o RH em um espaço de apoio, três pilares são fundamentais:


1. Canais de escuta seguros

  • Espaços confidenciais onde o colaborador saiba que será respeitado.
  • Ferramentas anônimas de feedback que tragam conforto para quem prefere não se identificar.
  • A certeza de que não haverá retaliação ou julgamento.

2. Líderes preparados para acolher

  • Gestores capacitados em escuta ativa e empatia.
  • Conversas delicadas conduzidas com respeito, sem pressa e sem interrupções.
  • A clareza de que o papel do líder não é resolver tudo, mas estar presente e encaminhar quando necessário.

3. Protocolos de apoio

  • Passos bem definidos para saber o que fazer em cada situação.
  • Rede de apoio com psicólogos, terapeutas e convênios preparados.
  • Acompanhamento posterior, para mostrar que o cuidado não termina na primeira conversa.


Ações internas que fazem a diferença

Pequenas atitudes podem ter grande impacto quando o assunto é saúde mental. No Setembro Amarelo, empresas podem:


  • Promover palestras e rodas de conversa conduzidas por especialistas.
  • Estimular campanhas internas de conscientização, com mensagens e histórias reais que humanizem o tema.
  • Criar comitês de saúde mental ou grupos de apoio para que ninguém se sinta sozinho.
  • Oferecer atividades de bem-estar como meditação, yoga ou pausas conscientes no dia a dia.
  • Capacitar líderes com treinamentos curtos em escuta ativa, para que saibam como agir no momento certo.
  • Distribuir materiais educativos com informações acessíveis e contatos de apoio, como o CVV (188).
  • Rever políticas de jornada, oferecendo mais flexibilidade e equilíbrio.

Essas ações mostram na prática que a empresa se importa, não apenas em setembro, mas durante todo o ano.


👉Leia também:Qual a importância dos benefícios corporativos para a retenção de talento

Fluxograma: passos para acolher colaboradores

Para apoiar o RH e as lideranças nesse processo, preparamos um fluxograma prático com os passos essenciais de um acolhimento cuidadoso:


  1️⃣Escuta ativa → ouvir sem interromper e sem julgamentos.

  2️⃣Entendimento da necessidade → identificar o que está sendo pedido.

  3️⃣Encaminhamento → oferecer ajuda profissional ou apoio da empresa.

  4️⃣Confidencialidade → proteger a privacidade em todo o processo.

  5️⃣Acompanhamento → manter contato, mostrando que a pessoa não está sozinha.


Esse guia pode ser adaptado à realidade de cada empresa e se torna um recurso valioso no dia a dia dos gestores.

Conclusão: cuidar é valorizar a vida

O Setembro Amarelo nas empresas não deve ser apenas uma campanha simbólica, mas o início (ou reforço) de uma cultura de escuta ativa e acolhimento contínuo.


Transformar o RH em um canal seguro de escuta ativa é mais do que uma ação de gestão: é uma escolha de humanidade. É mostrar para cada colaborador que, além do profissional, existe uma pessoa que merece respeito, acolhimento e apoio.


Porque no fim, escutar é uma das formas mais simples e poderosas, de salvar vidas.